sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Bestolândia dos sabidos

Vivemos em uma época de entendidos que falam de arte, ciência, filosofia, política... Não há área do saber que não abranjam.
Na Política, é professor, com soluções para todo e qualquer problema nacional. Quem nunca acerta é o governo. Na Arte, é crítico, se atrevendo a dizer como ela deve ser e como não deve, embora só saiba mesmo escrever garatujas. Em Filosofia, é doutor. Conhece todos os filósofos existente e talvez até por virem a existir e pasmem, discute os seus pontos de vista. Em Religião, é maior que São Tomás. E assim é na Química, na Física, na Astronomia, na Psicologia, nas artes passadas, presentes e futuristas...
Na verdade nunca estudou, nunca leu, mas o progresso lhe permitiu isso. É como já disse Rui Barbosa: "Ler, não leu. Escrever, não escreveu. Ruminar, não ruminou. Produzir, não produziu. É um improviso onisciente." E tudo isto enfeixado em única palavra: mediocridade. Superficialismo cultural, aprendido nos jornais, nos folhetins, nas propagandas, no ouvir dizer por aí em reuniões sociais e afins que tiram o tempo necessário para o aprofundamento dos poucos conhecimentos, justamente porque conhecimento requer estudo, e estudo requer coragem de romper com as facilidades modernas, como os divertimentos a granel, os compromissos sociais constantes, os programas de viagem, muitas conversas e muitos passeios.
Só os que tem muito amor ao estudo, seja por qualquer razão, é que são capazes de romper esse círculo e riem então da "bestolândia" dos "sabidos".

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